terça-feira, 22 de setembro de 2009

Direto do Pensando a Educação: Parabéns professores!

Ps: Está revoltado em ter que trabalhar no sábado? Junte-se a nós clicando aqui

A secretaria municipal de educação valenciana acaba de criar um conceito que irá mudar as relações de trabalho no mundo do capitalismo tardio, trata-se da hora extra obrigatória. Antes de tratarmos dela vamos investigar o contexto histórico que possibilitou o seu surgimento.


Em meados de fevereiro (do dia 2 de fevereiro até dia 13) ocorreu a Primeira Jornada de Educação de cara nova. Lembre-se que o nosso representante tem uma obsessão com aquilo que é novo (mesmo que mantenha as velhas práticas políticas). A jornada consistiu de palestras e os professores foram obrigados à participar cumprindo a sua carga horária na jornada com a assinatura do ponto.


Ocorre que o Ministério Público acatou uma denúncia de que a Jornada Pedagógica não poderia ser considerada dia letivo por causa da ausência de participação dos alunos. Com isso, a prefeitura foi obrigada a criar um novo calendário com 200 dias letivos. Aqui entra, de gaiato no navio, os professores municipais.


A secretaria municipal de educação resolveu a pendenga judicial da seguinte forma: os professores deverão trabalhar todos os sábados ( inclusive no domingo dia 27 de setembro) até o final do ano para resolver um problema que não fora criado por eles. Ora, não é estranho salientar: aqui no Brasil, são sempre os trabalhadores que precisam “salvar” o país quando algum governante aloprado resolve “inventar a roda”.


O problema é que até mesmo para passar a responsabilidade dos 200 dias letivos para os professores é preciso ter competência para fazer isso. Para tentar “seduzir” os professores a limparem a sujeira feita pelo secretário de educação, a secretaria informou aos nossos diretores que a prefeitura está disposta a pagar hora extra aos professores que aceitarem dar aula aos sábados e que colocarão falta para os professores que não aceitarem trabalhar o tempo já trabalhado. Confuso, não?


Parece que a secretaria de educação gosta de passar atestado de burro para os professores. Afinal, hora extra, por definição, é uma hora extra! Ou seja, você pode trabalhar e ganhar e você pode não trabalhar e não ganhar. Mas, no mundo bizarro de Valença, temos a criação da hora extra obrigatória. Se o nosso estimado professor resolver não trabalhar a hora extra, ele não apenas deixará de ganha-lá, ele será descontado em seu salário e levará falta! Pasmem, senhores...


Professores! Não aceitem “quebrar o galho” da prefeitura! Não há nenhuma garantia que a prefeitura vá honrar o pagamento da hora extra obrigatória. Vocês lembram da carta compromisso assinada? Do vale transporte? Da incorporação do abono? São promessas jogadas ao vento.


Há notícias de que alguns diretores estão querendo ser mais realistas do que o rei e estão “aconselhando” os professores com algumas frases: “Você ficará marcado”, “Você está em estágio probatório”. É o jeitinho brasileiro de intimidação...


Professores! Caso presencie a palhaçada da intimidação peça, com gentileza, um segundo e retire o seu mp3 lotado de músicas alemãs e grave a conversa com o seu diretor. Note que ele ficará mudo.


Ps: Pelo menos o MEC sabe passar atestado de burro com mais competência....



2 comentários:

Carlos Henrique disse...

Sanger (e demais professores), escutei na rádio hoje que no estado do Rio mais de 600 professores pediram exoneração nesse segundo semestre de 2009. O motivo, óbcio, são os baixos salários. Acho que vale uma reflexão, não?

ERÊS disse...

A falange espiritual de Cosme, Damião e Doum relembra...
Será que os gestores da educação municipal fazem palestras de cultura prá que?
Será que não sabem que dia 27 de setembro é o nosso dia e sendo dia útil, fim de semana ou feriado as crianças preferem estar na rua atrás de doces e balas oferecidos em nossa homenagem do que ir pra escola ou participar de desfile cívico?