terça-feira, 20 de julho de 2010

Sérgio Cabral, o governador fanfarrão, culpa antecessores pelo fracasso das escolas estaduais no ENEM.

Ele só esqueceu de falar que: a) não assumiu o governo semana passada;  b) nos últimos quatro anos as coisas só pioraram;  c) antes de ser governador, ele foi senador e presidente da Alerj por mais de 10 anos, sempre apoiando os governos; d) ele foi eleito pelo mesmo partido que governava o estado (o PMDB) e apoiado pelos governadores anteriores (Garotinho e Rosinha)

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), culpou os governos passados pelo fracasso dos colégios estaduais no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) de 2009. Ele disse que a expectativa é de melhora no desempenho dos alunos. Entre as 50 melhores instituições da capital do estado, há apenas uma estadual, o Colégio de Aplicação da Uerj. 

- Ter alguns colégios que tiveram pior desempenho numa rede de 1.300 unidades, com o nível de carência com que assumimos a educação no nosso estado... Temos uma expectativa de, a cada ano, ir avançando. Temos uma política clara de reposição salarial para os professores, de recuperação física das unidades escolares. E tivemos 700 colégios com nota de ensino regular, acima da média do MEC. Mas longe do ideal. Longe - disse Cabral, em Brasília, onde esteve para assistir à assinatura da MP que aumenta o limite de endividamento das cidades-sedes da Copa de 2014. 

Veja vídeo em que Cabral fala dos problemas da educação no Rio

Cabral, que tenta a reeleição, afirmou que é preciso tempo para resolver o problema:
- O ideal é política de médio e longo prazo. Educação não tem mágica. Foram mais de 30 anos de destruição. Mas estamos recuperando. 

Cabral frisou que o colégio da Uerj é o primeiro colocado no Brasil entre todos os estaduais. Esse colégio ocupa, no ranking nacional, o 17º lugar. É o primeiro estadual na lista da elite do ensino médio brasileiro.
Gabeira propõe reformular currículo escolar
Adversário de Cabral na disputa pelo governo estadual, o deputado Fernando Gabeira (PV) criticou o desempenho das escolas estaduais no Enem e propôs reformular o currículo escolar no ensino médio fluminense para resgatar o interesse dos alunos e melhorar o desempenho: 

- O desempenho das escolas estaduais no Enem foi fraco. Esses estabelecimentos já tiveram um péssimo desempenho no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Em contrapartida, tivemos, assim como no Ideb, escolas públicas com desempenho excelente, por causa do empenho particular dos professores. Temos que pegar os bons exemplos e criar meios de universalizá-los. 

Sobre a ideia de alterar o currículo do ensino médio, Gabeira propõe criar uma fórmula na grade escolar em que cada aluno tenha a chance de escolher disciplinas com as quais tem mais afinidade.
- A proposta é reexaminar o currículo e criar, junto com as disciplinas obrigatórias, matérias opcionais, como já ocorre hoje nos Estados Unidos. 

Em seu programa de governo, Gabeira acusa a atual gestão de nomear diretores para cargos nas coordenadorias regionais da Secretaria de Educação "quase sempre" com critérios político-partidários. Na lista de promessas para a educação, há também na pauta do candidato elevar o salário dos professores para o mesmo nível de São Paulo e Minas. Para aproximar o ambiente familiar das escolas, Gabeira é a favor de ideias como abrir os estabelecimentos nos fins de semana para atividades extraclasse. Outra proposta é tornar o treinamento de professores mais objetivo. 

- Os cursos de formação de professores são muito voltados para disciplinas como filosofia e sociologia da educação, e não para a o ensino da matéria que terão que passar objetivamente em classe. 

Para presidente da OAB, resultados do Enem assustam
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcanti, divulgou nota classificando os resultados do Enem de assustadores. Para ele, isso se reflete na advocacia. "No exame de Ordem, essa constatação fica muito mais clara pois muitos egressos do ensino público também prestam as provas, e o índice de reprovação é bastante semelhante ao do Enem. A educação no Brasil está na UTI e precisa de um choque efetivo".


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