sábado, 7 de agosto de 2010

Bichos Escrotos! O macaco do Stallone, o burro do Dunga, passando pelo sorriso de hiena dos candidatos que emporcalham os muros e terrenos da cidade.


* Artigo publicado no Jornal Local de 5/8/10

Certamente os leitores do Local ouviram o que disse o senhor Sylvester Stallone sobre o Brasil. O diretor de "Os Mercenários" deu a seguinte declaração durante uma feira nos EUA: "Gravar no Brasil foi bom, lá podemos matar pessoas, explodir tudo e os brasileiros ainda dizem: - obrigado e leve um macaco de presente!". O ator acrescentou: "Explodimos vários prédios e todos ficaram felizes... e ainda trouxeram cachorros-quentes para aproveitar o fogo". O astro de filmes de pancadaria ironizou até o Batalhão de Operações Especiais (BOPE): "Os policiais de lá usam camisetas com uma caveira, duas armas e uma faca cravada no centro. Já imaginou se os policiais de Los Angeles usassem isso? Já mostra o quão problemático é aquele lugar".

Pois é, mesmo que o Rambo tenha confundido nossa hospitalidade com permissividade, cabe aqui uma reflexão. Há muito tempo somos conhecidos como o país do carnaval, futebol e turismo sexual. Poderíamos muito bem substituir o “macaco” do Stallone por uma adolescente de 13 anos nas praias do Nordeste ou no calçadão de Copacabana que ficaria tudo de boa, desde que estivesse garantido o lucro dos donos de hotéis, é claro. E a declaração sobre o símbolo do BOPE? O que ela revela sobre a política de segurança pública? Hoje um PM carioca recebe R$ 30 por dia de salário. A violência derruba grades e invade nossas casas cotidianamente, mesmo com esta polícia MATANDO TRÊS PESSOAS POR DIA! Nem no Iraque é assim, deve ser por isso que a música funk que a molecada escuta apelidou certas comunidades do Rio como “Faixa de Gaza”, “Afeganistão”, “tipo Colômbia” e etc. É faca na caveira, mermão!

E por que não falar em Educação? Estão aí as escolas sucateadas e os resultados do ENEM e do IDEB, que colocam o Rio de Janeiro num vergonhoso penúltimo lugar nacional, só perdendo pro Piauí. Será que uma coisa não tem a ver com a outra? Claro que tem. Enquanto isso, o governador, o presidente da Alerj e mais um monte de apaniguados sorriem, feito hienas carniceiras, em placas e cartazes coloridos que já estão mais uma vez emporcalhando a cidade. O pior disso tudo é que a maioria destes carcarás vai se reeleger.

E onde entra o Dunga-burro (ou o burro do Dunga) nesta estória animal? Entra como uma epifania para o povo se tocar, ou como diria Nelson Rodrigues, é o óbvio ululante da mediocridade nacional. Se nós somos o país do futebol, a pífia campanha do scretch canarinho na última copa sintetizou a nossa falência também no campo da autodeterminação. Agressividade, autoritarismo e ufanismo barato são reflexos do modelo civilizatório que a nação vem optando. Mas bonito fez o técnico Murici Ramalho, que pensando nos filhos, recusou a proposta fantasiosa da CBF, um conluio de fanfarrões e empresários que tornou a seleção brasileira tão amarela quanto sua camisa.

Contudo, a verdade dos fatos é: Murici recusou o convite de Ricardo Teixeira por que já dirigi uma Seleção, o time do Fluminense. Obrigado Deus por eu ser tricolor e ilumine meu país nas eleições de outubro, protegendo-nos de todos os fanfarrões que gracejam na política do nosso estado e cidade, amém!

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