quinta-feira, 12 de agosto de 2010

CRISE NA PREFEITURA*



Como se esperava, a saída de Vicente Guedes teve reflexos macabros sobre as finanças da Prefeitura. Uma das promessas do ex-prefeito, pactuada com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) e com os professores da Rede Municipal, o pagamento do triênio, pode não ser cumprida.

Segundo lideranças do Sepe, a informação não-oficial estaria correndo há algumas semanas. Isso gerou assembleia da rede na quarta-feira (4). O medo é que o atual prefeito, Luiz Fernando Furtado da Graça, não cumpra com o acordo feito por Vicente. Caso isso se confirme, os profissionais já pensam em nova greve. Em reunião com a classe, o prefeito anunciou grave crise na PMV por conta de enormes dívidas deixadas pela gestão anterior.

O acordo firmado entre Governo e profissionais, que acabou beneficiando todo o funcionalismo, determinava o parcelamento da dívida em 10 parcelas, em torno de R$ 357 mil. De acordo com o diretor do Sepe, Danilo Serafim, no último mês de julho, começaram a sair um monte de boatos pela cidade. Um deles alegava que o prefeito cogitava em não fazer o pagamento por falta de dinheiro. Para Danilo, isso se trata de decisão contraditória, pois, além do acordo político, há uma decisão judicial. “E mais contraditório porque a Prefeitura de Valença tem um contrato com a Multiprof de R$ 1 milhão por mês”. Segundo ele, o contrato pela Multiprof impede o concurso público e as pessoas por ela contratadas não têm seus encargos sociais recolhidos, além de ser cabide de empregos para políticos.

Para o diretor do Sepe, a alegação de falta de dinheiro, pelo menos para educação, é contestável, já que os recursos para o setor são carimbados. Ele alegou que a mobilização da rede é um ato preventivo, já que o pagamento parcelado começa a partir desse mês. “A nossa preocupação é que, quando chegar o pagamento em agosto e o governo tomar uma decisão de não pagar o que foi acordado, que aí a gente terá que correr atrás do prejuízo”. De acordo com o sindicalista, foi realizada reunião na terça-feira (3) da Secretaria com os diretores de escolas, com o objetivo de desmentir esses boatos, alegando que o triênio seria pago. Danilo acredita que a iniciativa é para combater o prejuízo político que repercutiria da medida, já pensando no próximo pleito municipal suplementar. Contudo, lembrou que pode, também, se tratar de uma tática para desmobilizar a categoria: ao afirmar aos diretores que o triênio seria pago, os profissionais não se sentiram pressionados a participarem da assembleia, o que motivou o baixo número de participantes. Danilo não descarta a hipótese de que, passada as eleições em outubro, o governante eleito tome a iniciativa de cancelar os pagamentos. (...)

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* Fonte: sítio do Jornal Local

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