terça-feira, 1 de novembro de 2011

Marcelo Freixo no exílio?

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) deixou o Brasil hoje rumo à Europa. O motivo: apenas em outubro foram sete ameaças de possíveis atentados contra a sua vida. Eles partiriam de policiais ligados às milícias que atuam no estado do Rio de Janeiro, sobretudo na Zona Oeste da capital. Por não ter sua segurança garantida pelo Estado, ele deixa o país a convite da Anistia Internacional. O destino do deputado, por questão de segurança, não é revelado.

A secretaria de Segurança (?) do Rio, quando questionada por Freixo sobre a necessidade de melhorar sua segurança, disse que "não foi encontrada alguma consistência real de uma efetiva ameaça à integridade" do parlamentar. Curiosamente, uma carta enviada a Freixo sobre possíveis atentados contra a vida dele citou outro alvo: um ex- coronel da policial militar. Na mesma semana do envio da carta, o agente foi assassinado. Se isso não dá consistência às ameaças, o que dará? A morte do deputado, como aconteceu com a juíza Patrícia Aciolli?

Lamentável a postura do governo do Rio, de Sérgio Cabral e Eduardo Paes, ligados descaradamente a grupos milicianos e que, ao que parece, fazem questão de não se preocuparem com a vida de Freixo. Até quando vamos viver num Estado em que se você luta por justiça é penalizado?

Abaixo trechos de Marcelo Freixo, realizada em setembro de 2010 e publicada no site do Observatório de Favelas. A íntegra você pode acessar AQUI. A entrevista fiz junto com Marianna Araujo.
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Marcelo Freixo, 43 anos, morador de Niterói, é professor de História e milita há 20 anos pelos Direitos Humanos. Em 2007 assumiu o primeiro mandato como deputado estadual do PSOL, na Alerj. Presidiu a CPI das Milícias, que indiciou envolvidos e 58 medidas concretas para acabar com essa máfia. Denunciou fraude no auxílio-educação na Alerj, o que levou à cassação das deputadas Jane Cozzolino e Renata do Posto. Pediu a cassação do deputado e ex-chefe de Polícia Álvaro Lins.

Entre as suas iniciativas legislativas, destacam-se a lei que reconhece o funk como atividade cultural, a lei de prevenção à tortura e as emendas constitucionais para a efetivação dos animadores culturais na rede estadual de ensino e a ampliação para seis meses da licença maternidade das servidoras estaduais. Freixo é o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Alerj e também tem ativa participação na Comissão de Educação.

Em entrevista, Freixo fala sobre os objetivos do Mandato e da mudança de rotina por conta das ameaças de morte pela sua atuação contra os grupos milicianos.

Por que você está sendo prejudicado e não pode fazer campanha política?
A aprovação da CPI das Milícias foi o que causou maior impacto no mandato. A CPI aconteceu no segundo semestre de 2008 e desde então 225 pessoas foram indiciadas, pedimos a investigação de mais de 1.100 pessoas, mudou a opinião pública sobre milícias, mudou a relação com as forças, empurrou a Secretaria de Segurança para uma ação mais concreta.

Isso é visível nos números. Tivemos 5 milicianos presos em 2006. Em 2007 tivemos 17 milicianos presos. Em 2008 foram 24 e em 2009, depois da CPI, foram 275 milicianos presos. Então é óbvio que alguma coisa mudou a partir da CPI.

Tivemos casos de deputados, chefes de polícia e vereadores que não só perderam mandato como foram presos, nota-se um efeito também no setor forte da milícia, que causou a perda de espaço do braço político das Milícias.

A milícia tem uma estrutura de máfia, verdadeiramente crime organizado, e é promovida por agentes públicos. O domínio miliciano no território mexe com a estrutura do poder público. Muitas vezes as milícias dominavam as indicações dos delegados da região, diretores de escolas, dos hospitais, determinavam as bases daquelas localidades. É evidente que eles representavam o poder público naqueles lugares. Enfrentar isso tem suas conseqüências e por isso nesse momento tenho que andar com segurança, passar por mudanças na vida privada e muitas outras coisas.

(...)
Ciente do tamanho dos perigos e das consequências para a campanha, por que você compra essa briga com a Milícia? Porque é necessário. Se não fosse para comprar essa briga era melhor não ser deputado. Eu não posso abrir mão de comprar uma briga que o Rio de Janeiro tem que comprar. Se eu escolher as brigas e for motivado pelo medo é melhor não ter mandato. É melhor ficar em casa. Minha história é marcada pela busca dos Direitos Humanos. Eu faria de novo e não tenho receio, mesmo sendo desagradável. Temos que buscar alternativas para não agravar mais a situação. O enfrentamento da milícia também é obrigação de quem quer ter mandato. Faria tudo de novo.

Por que concorrer ao mandato de novo mesmo com tanto risco?
Primeiro porque ter um mandato hoje acaba sendo um instrumento de proteção. É mais difícil deles fazerem algo contra mim. Mais difícil um atentado contra um deputado do que a um militante pelos Direitos Humanos. Hoje, se eu não ganhar esse mandato terei que sair do país. O que mais nos move pela defesa do mandato é o convencimento de que ter um espaço no Parlamento é muito importante para as lutas sociais. Nosso mandato serve às lutas populares. É montado em cima disso.

De que forma essa situação muda sua rotina?
Em tudo praticamente. Ando em carro blindado, com escolta, não tenho rotina, não durmo no mesmo lugar. A minha rotina é o trabalho. Nos deslocamentos rotineiros, como chegar à Assembléia, eu tenho um cuidado maior.

(...)

18 comentários:

Anônimo disse...

Imagina.Sabemos que em Valença a milicia já opera possivelmente a partir de elementos com mandatos locais constituídos. Infelizmente Freixo é uma estrela solitária. O resto?O resto é solidário. Fe Fa Fu!

Anônimo disse...

Achei o Marcelo Freixo a cara do Picciani rsrsrsrs

Anônimo disse...

Dizem que é marketing político, eis que seria uma crítica ao governo estadual e municipal...

CADU DO PT disse...

FORÇA MARCELO, ESTAMOS COM VC!!!

Anônimo disse...

EUROPA, QUE MARAVILHA, se você eu dava um jeitinho de ficar por lá.

Anônimo disse...

Caraca esse baaca ai de cima nn sabe o que está dizendo.Bocó de todo.

Anônimo disse...

Pior, anônimo do andar de cima, não só é bocó como deve ser daqueles que ajudam encastelar no poder Nardim, Dói-dói, Pittsanus etc. Se entendesse a dimensão do significa um parlamentar desse naipe ter que se ausentar do país como forma de de se proteger e proteges também a vida de seus familiares, não brincariacom coisa séria. Tamos falando de Máfia, de servidores públicos ladrões, bandidões, deum lado. Do outro um ser humano que não abre mão de suas convicções. Assim fosse taria tocando punheta na base da clarineta.

Anônimo disse...

Caraca, pensei que ninguém ia comentar minha cutucada, KKKKKKKKK, RSRSRSRSRS

Anônimo disse...

O MARCELO É FREIXO OU É FROUXO? ACHO QUE É TUDO MÍDIA PARA APARECER NO "TROPA DE ELITE"! O PAU CONTINUA CONTANDO NAS MILÍCIAS, ELE ACABOU COM QUE?

Anônimo disse...

AO ANINIMO DE CIMA, TEM RAZAO...
O CARA SE ELEGE COM ESSA BANDEIRA DE ANTI MILICIANO, MAS ADORA VIAJAR P O EXTERIOR AS CUSTAS DA ALERJ P MOSTRAR SEUS PROJETINHOS...
ELE SAI CARO P O ESTADO... SABIAM Q 12 HOMENS ENTRE BOMBEIROS E PMS REQUISITADOS P ALERJ FICAM POR CONTA DELE?
SAIRIA MAIS BARATO COLOCAR ESSES CARAS NAS RUAS

ABS

Anônimo disse...

em plena cpi das milicias freixo foi a suiça palestrar sobre seu digno trabalho... voltou distribuindo chocolate importado a seus amigos deputados... foi um auê.......................

Anônimo disse...

vejam a baita materia sobre o freixo na isto é dessa semana
sao 23 seguranças!!!!!!!!!
vergonha nacional

Vitor Castro disse...

A matéria da IstoÉ, que um anônimo aí fala que é dessa semana, foi de maio de 2010, antes das eleições, e após a CPI das milícias.

Outro comenta que ele não fez nada, que as milícias continuam com tanta - ou mais - força quanto antes da CPI. Justamente, esse é um dos motivos que ele precisa de segurança 24h. Sobre "sair mais barato" colocar os homens na rua, o custo seria o mesmo. Eles continuariam recebendo a mesma coisa, funcinários do Estado que são.

A vantagem seria que ele poderia ser morto e deixar de incomodar, dando mais lucro não para o Estado, mas para as máfias que overnam o Estado.

Ainda outro (e cada vez mais acho que é sempre o mesmo), diz que ele gosta é de viajar para a Europa às custas da Alerj. Mas não sabe (ou sabe e prefere criar confusão?) que na primeira viagem que fez para divulgar o trabalho da CPI (o que pra mim continua sendo sua função, se o governo daqui não dá atenção, é preciso buscar outras soluções), ele pede licença da Alerj e fica sem receber durante esses períodos. Como está sendo agora. Alerj não paga passagem, não paga salário, não paga nada para ele. E isso é escolha dele, ele poderia muito bem manter seu salário durante essas ausências - até porque, como disso, ele continua trabalhando -, mas prefere abrir mão desse direito.

Anônimo disse...

Mas o Freixo não tava contra esses funcionários cedidos ao TCE na cpi??? Devia dar o exemplo!

Anônimo disse...

Tá certo anônimo ai de cima. Vá você fazer a segurança dele então. Se dá conta que para manter a dignidade de milhares de pessoas Vc tem que proteger um? Esse é o Estado do Rio de Janeiro que temos. Quantos Vc acha que fazem a segurança do governador? Do Vincentins da vida. Há muitos Naldinhos soltos por ai. Dói-dóis também.

Anônimo disse...

Ah amigo, isso não! O cara bateu firme nos cedidos do tce e agora aparece com mais de 15 cedidos no gabinete dele? Pode ser que bombeiro e pm fizessem segurança de conselhero do tce tb... Ou acha que só o bom moço do freixo é ameaçado? Sem desculpa, derrapou feiou no exemplo que ele deveria dar!

Anônimo disse...

Vitor, você é acessor do Freixo? Fala-se que ele é amigo pessoal do Picianni, ele não pode ajudar na escolta? Bandido conhece bandito e, se roubar, tem 100 anos de perdão!

Anônimo disse...

Duvido que a assessoria do Freixo não receba salário durante seu afastamento.
E tem mais, os Bombeiros e PMS requisitados para ALERJ além do salário pago pelo Estado, recebem uma bela Gratificação daquela casa Legislativa.
O negócio do Freixo é Jogar pra Galera